Pintassilgo nas Três Amércias
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Pintassilgo nas Três Amércias
Pintassilgo nas Três Amércias
Revista Pássaros 15
Arquivo editado em 20/12/2006
Nome científico: da família Fringillidae, sub-familia Carduelinae e gênero Carduelis, existem em quase todo o mundo, à exceção apenas da Oceania, setenta espécies e sub-espécies do pássaro que aqui é popularmente chamado de Pintassilgo. Medindo 118 mm, o nosso Pintassilgo (Carduelis magellanica icterica) tem o lado dorsal, peito e flancos verde amarelado, cabeça, asas e cauda pretas. Nas asas as margens das coberteiras e as primárias são amareladas com espelho da mesma cor base da cauda e o lado ventral amarelos. Bico, pernas e pés enegrecidos. Olhos pretos. A fêmea é igual ao macho mas sem o preto na cabeça e no geral um pouco mais sujo. Os filhotes são idênticos às mães até cerca de quatro meses quando os machinhos começam a pintar de preto na cabeça, sendo nessa época chamados de mascaradinhos.
São excelentes cantores e talvez um dos pássaros mais encontrados em gaiolas pelo Brasil afora, embora sejam, por outro lado, os menos resistentes. Na escala da mortalidade a que me referi em outro trabalho, o Pintassilgo ocupa o primeiro lugar, sendo sabido por todo passarinheiro que é muito difícil sua manutenção. Quando "em bolam" raramente escapam sendo poucas exceções os que atingem longo tempo em cativeiro. O canto é, uma série de gorgeios rápidos e variados, alguns com uma "corrida" a que chamam de metálica dado a limpidez dos seus trinados. O Pintassilgo é dos pássaros o que mais canta nas gaiolas, soltando seus floreios vocais durante todo o dia, só emudecendo mesmo na época da troca de penas.
Nas ruas dos cafezais com capinas atrasadas onde infestam os picões e marmeladas é comum se ver bandos de Pintassilgos esvoaçando de pendão em pendão a comer as inflorescências.
O que me parece certo, todavia, é que o Pintassilgo é muito sujeito a "stress", pois é um pássaro muito inquieto, estando sempre a se movimentar e quando aprisionado sente muito a falta da liberdade, vindo a se estressar tomando-se presa fácil de ornitoses irremediáveis, quase sempre fatais.
Na natureza vivem em grandes bandos, fazendo um alarido enorme que se ouve assim que nos aproximamos dos locais onde se concentram. Só se isolam em casais na primavera, época da criação. Habitam a mata rala, cafezais, capões de cerrado e pinhais onde com preferência nidificam.
Ninho esmeradamente confeccionado, de finíssimas raízes de gramíneas e capins, em forma de taça perfeitamente arredondada onde a fêmea põe de três a quatro ovos brancos, medindo 16 x 11 mm, que são chocados por doze dias em média, saindo os filhotes do ninho entre treze e quinze dias. Em cativeiro reproduzem-se com relativa facilidade, pois nos meus registros estatísticos tenho anotado que, de 79 a 85, com uma média de seis casais formados tive 147 ovos postos e quarenta e seis nascimentos, o que dá uma proporção de 21 ovos e sete filhotes por ano. É uma boa performance se atentarmos para o fato de que se referem a mutações, cuja reprodução é sempre mais difícil.
Uso avoadeiras nº 3, tamanho 70 x 40 x 30 cm como ninho de corda bem camuflado por uma folhagem de plástico, o que no caso desta espécie absolutamente necessário, pois se a fêmea não se sentir completamente em segurança não irá botar. Como alimento uma mistura de alpiste, painço e níger, na seguinte proporção: para duas partes de níger, uma de alpiste e meia de painço. Osso de ciba, areia fina bem lavada e uma ração à base de farinha de pão com gema de ovo cozida.
Em alguns casos na época de filhotes forço a fêmea a comer larvas de besouro do amendoim Palembus Dermestoides, fato que consegui misturando-as nas sementes de níger. Verdura diariamente, pois eles gostam e sentem muito a falta. Este gênero de ave é muito usado para hibridação com o canário doméstico Serinus canarius demesticus, de cujo cruzamento têm nascido belíssimos Pintagóis, com uma plumagem de cores cambiantes e excelentes cantores. O mais importante desses cruzamentos foi com o Pintassilgo da Venezuela ou Tarin (Carduelis cucullata) que permitiu a introdução do fator vermelho na linhagem dos canários, já que os híbridos são férteis e geraram inúmeras cores novas para a alegria dos aficcionados.
Dos nossos Pintassilgos, tanto o da Cabeça Preta como o do Nordeste, tem-se obtido razoável sucesso, principalmente no tocante à beleza da plumagem e qualidade de canto, mas não se tem notícias, ou pelo menos não conheço nenhum registro de que esses mestiços sejam férteis. Eu pessoalmente não gosto de hibridação, o que só fiz em duas oportunidades para atender pedidos de amigos, porque não leva a nada. A natureza já nos dotou com uma variedade exuberante de espécies de aves, pois no Brasil temos cerca de 2.600 formas e para se dedicar à sua criação, encontra-se na sua diversidade campo enorme para escolher. Não há necessidade nem resultado em hibridá-Ias. Admito essa prática apenas como um estudo para se saber a respeito da fertilidade dos descendentes, fato de suma importância para determinação das espécies. A mãe Natura, na sua sabedoria suprema, já estabeleceu os parâmetros lógicos e naturais para a reprodução dos animais no seu estado selvagem e as aberrações que acontecem não são por culpa deles e sim pela interferência sempre danosa do próprio homem, seja pela destruição sistemática dos seus habitats, seja pela caça impiedosa que promove contra os machos.
Já tive e tenho belas mutações do Pintassilgo da Cabeça Preta, a saber: um macho em que as partes pretas foram substituídas por um tom de fuligem; dois machos e uma fêmea totalmente amarelos; três fêmeas canela; um macho e três fêmeas cinza e vários fuligem arlequins de amarelo. Já fixei os de cor fuligem, os cinza e os canela, faltando ainda os amarelos. Quanto aos Arlequins conforme tenho dito outras vezes, são muito bonitos e vistosos, mas não transmitem a mutação. Do Pintassilgo do Nordeste, tenho uma fêmea cinza e outra canela, entretanto ainda não consegui criá-Ios. Esta é a única espécie que ainda não se reproduziu aqui em casa. Este ano vou mudar o sistema que tenho empregado, para tentar, por fim, criá-Ios.
Revista Pássaros 15
Arquivo editado em 20/12/2006
Nome científico: da família Fringillidae, sub-familia Carduelinae e gênero Carduelis, existem em quase todo o mundo, à exceção apenas da Oceania, setenta espécies e sub-espécies do pássaro que aqui é popularmente chamado de Pintassilgo. Medindo 118 mm, o nosso Pintassilgo (Carduelis magellanica icterica) tem o lado dorsal, peito e flancos verde amarelado, cabeça, asas e cauda pretas. Nas asas as margens das coberteiras e as primárias são amareladas com espelho da mesma cor base da cauda e o lado ventral amarelos. Bico, pernas e pés enegrecidos. Olhos pretos. A fêmea é igual ao macho mas sem o preto na cabeça e no geral um pouco mais sujo. Os filhotes são idênticos às mães até cerca de quatro meses quando os machinhos começam a pintar de preto na cabeça, sendo nessa época chamados de mascaradinhos.
São excelentes cantores e talvez um dos pássaros mais encontrados em gaiolas pelo Brasil afora, embora sejam, por outro lado, os menos resistentes. Na escala da mortalidade a que me referi em outro trabalho, o Pintassilgo ocupa o primeiro lugar, sendo sabido por todo passarinheiro que é muito difícil sua manutenção. Quando "em bolam" raramente escapam sendo poucas exceções os que atingem longo tempo em cativeiro. O canto é, uma série de gorgeios rápidos e variados, alguns com uma "corrida" a que chamam de metálica dado a limpidez dos seus trinados. O Pintassilgo é dos pássaros o que mais canta nas gaiolas, soltando seus floreios vocais durante todo o dia, só emudecendo mesmo na época da troca de penas.
Nas ruas dos cafezais com capinas atrasadas onde infestam os picões e marmeladas é comum se ver bandos de Pintassilgos esvoaçando de pendão em pendão a comer as inflorescências.
O que me parece certo, todavia, é que o Pintassilgo é muito sujeito a "stress", pois é um pássaro muito inquieto, estando sempre a se movimentar e quando aprisionado sente muito a falta da liberdade, vindo a se estressar tomando-se presa fácil de ornitoses irremediáveis, quase sempre fatais.
Na natureza vivem em grandes bandos, fazendo um alarido enorme que se ouve assim que nos aproximamos dos locais onde se concentram. Só se isolam em casais na primavera, época da criação. Habitam a mata rala, cafezais, capões de cerrado e pinhais onde com preferência nidificam.
Ninho esmeradamente confeccionado, de finíssimas raízes de gramíneas e capins, em forma de taça perfeitamente arredondada onde a fêmea põe de três a quatro ovos brancos, medindo 16 x 11 mm, que são chocados por doze dias em média, saindo os filhotes do ninho entre treze e quinze dias. Em cativeiro reproduzem-se com relativa facilidade, pois nos meus registros estatísticos tenho anotado que, de 79 a 85, com uma média de seis casais formados tive 147 ovos postos e quarenta e seis nascimentos, o que dá uma proporção de 21 ovos e sete filhotes por ano. É uma boa performance se atentarmos para o fato de que se referem a mutações, cuja reprodução é sempre mais difícil.
Uso avoadeiras nº 3, tamanho 70 x 40 x 30 cm como ninho de corda bem camuflado por uma folhagem de plástico, o que no caso desta espécie absolutamente necessário, pois se a fêmea não se sentir completamente em segurança não irá botar. Como alimento uma mistura de alpiste, painço e níger, na seguinte proporção: para duas partes de níger, uma de alpiste e meia de painço. Osso de ciba, areia fina bem lavada e uma ração à base de farinha de pão com gema de ovo cozida.
Em alguns casos na época de filhotes forço a fêmea a comer larvas de besouro do amendoim Palembus Dermestoides, fato que consegui misturando-as nas sementes de níger. Verdura diariamente, pois eles gostam e sentem muito a falta. Este gênero de ave é muito usado para hibridação com o canário doméstico Serinus canarius demesticus, de cujo cruzamento têm nascido belíssimos Pintagóis, com uma plumagem de cores cambiantes e excelentes cantores. O mais importante desses cruzamentos foi com o Pintassilgo da Venezuela ou Tarin (Carduelis cucullata) que permitiu a introdução do fator vermelho na linhagem dos canários, já que os híbridos são férteis e geraram inúmeras cores novas para a alegria dos aficcionados.
Dos nossos Pintassilgos, tanto o da Cabeça Preta como o do Nordeste, tem-se obtido razoável sucesso, principalmente no tocante à beleza da plumagem e qualidade de canto, mas não se tem notícias, ou pelo menos não conheço nenhum registro de que esses mestiços sejam férteis. Eu pessoalmente não gosto de hibridação, o que só fiz em duas oportunidades para atender pedidos de amigos, porque não leva a nada. A natureza já nos dotou com uma variedade exuberante de espécies de aves, pois no Brasil temos cerca de 2.600 formas e para se dedicar à sua criação, encontra-se na sua diversidade campo enorme para escolher. Não há necessidade nem resultado em hibridá-Ias. Admito essa prática apenas como um estudo para se saber a respeito da fertilidade dos descendentes, fato de suma importância para determinação das espécies. A mãe Natura, na sua sabedoria suprema, já estabeleceu os parâmetros lógicos e naturais para a reprodução dos animais no seu estado selvagem e as aberrações que acontecem não são por culpa deles e sim pela interferência sempre danosa do próprio homem, seja pela destruição sistemática dos seus habitats, seja pela caça impiedosa que promove contra os machos.
Já tive e tenho belas mutações do Pintassilgo da Cabeça Preta, a saber: um macho em que as partes pretas foram substituídas por um tom de fuligem; dois machos e uma fêmea totalmente amarelos; três fêmeas canela; um macho e três fêmeas cinza e vários fuligem arlequins de amarelo. Já fixei os de cor fuligem, os cinza e os canela, faltando ainda os amarelos. Quanto aos Arlequins conforme tenho dito outras vezes, são muito bonitos e vistosos, mas não transmitem a mutação. Do Pintassilgo do Nordeste, tenho uma fêmea cinza e outra canela, entretanto ainda não consegui criá-Ios. Esta é a única espécie que ainda não se reproduziu aqui em casa. Este ano vou mudar o sistema que tenho empregado, para tentar, por fim, criá-Ios.
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