Pintassilgo Brasileiros
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Pintassilgo Brasileiros
Pintassilgo Brasileiros
Normais e Mutações
Celso Leite Villela
Revista Brasil Ornitológico 64
Os pintassilgos são pássaros granívoros, pertencentes à família Fringilidae, e gênero Carduelis, existindo no Brasil apenas duas espécies. O Carduelis yarellii e Carduelis magellanica icterica, sendo que esta tem uma sub-espécie o Carduelis magellanica ellani.
O Carduelis yarellii é vulgarmente conhecido como pintassilgo do nordeste, coroinha, pintassilgo baiano ou baianinho, é encontrado em parte da Bahia e em todo o Nordeste brasileiro. Esta espécie também está presente na Venezuela, onde os espécimes lá existentes são bastante semelhantes aos nossos, apenas um pouco maiores.
O nosso baianinho caracteriza-se por ser o menor dentre os pintassilgos brasileiros, medindo aproximadamente nove centímetros de comprimento, apresentando um capuz preto somente na parte mais alta da cabeça, indo desde a parte posterior do bico superior até à nuca e lateralmente atingindo a altura dos olhos. As asas apresentam fortes marcas amarelas, tendo como cor predominante em seu corpo o amarelo.
É um pássaro que se adapta muito bem ao cativeiro, são excelentes cantores, daí a caça ilegal ser muito intensa, podendo até mesmo levar a espécie à extinção. Mas várias alternativas poderão ser aplicadas para evitar seu desaparecimento, tais como: intensificar a fiscalização para controlar a caça ilegal em suas regiões de origem, impedir o tráfego de aves não legalizadas e incentivar a criação em criatórios devidamente habilitados junto ao IBAMA.
Carduelis magellanica icterica, também conhecido como pintassilgo comum, pintassilgo catingueiro, pintassilgo mateiro, dentre outros nomes, dependendo da, região onde ele é encontrado. É o maior deles, medindo mais ou menos 11,8 cm de comprimento, apresentando a cabeça e até a metade do pescoço totalmente preto, tendo como cor predominante em seu corpo o amarelo esverdeado, sendo o mais popular dos pintassilgos brasileiros. É o que apresenta o maior potencial canoro, apresenta um canto bastante variado e a popular corrida ou repicada, sendo a corrida metálica a mais apreciada pelos colecionadores.
A subespécie Carduelis magellanica alleni, também conhecido como pintassilgo pinheirinho, medindo 10 cm de comprimento, apresenta as cores semelhantes às do Carduelis magellanica icterica, sendo apenas mais amarela a cor de seu peito.
A adaptação e criação dos pintassilgos em cativeiro é bem fácil, face a sua alimentação ser bastante diversificada, aceitando bem diversos tipos de grãos e sementes, farinhadas e verduras. Uma boa mistura de grãos para os pintassilgos deve ser formada por: painços vermelho, verde, branco, preto, português, amarelo e alpiste, perfazendo 90% e os 10% restantes formados por aveia, colza e níger. Devem ser oferecidas verduras sem agrotóxicos como couve, almeirão e chicória, além das rações balanceadas para canários do reino, podendo ser rações granuladas, fareladas ou floculadas, como as muitas marcas existentes no mercado.
Já fizemos uma experiência utilizando a alimentação exclusiva dos pintassilgos com ração balanceada floculada e/ou granulada acrescentando apenas verduras e em ambos os casos as aves adaptaram-se muito bem, ficam com belas plumagens, cantam muito e reproduzem normalmente.
A reprodução dos pintassilgos em cativeiro é bem simples, bastando o criador utilizar gaiolas comuns, iguais às usadas para a criação de canários do reino, tomando o cuidado para que um casal não fique vendo outros pintassilgos, pois são pássaros territorialistas e briguentos na época da reprodução. O ponto mais importante no processo de criação de pintassilgos é saber fazer o acasalamento, haja vista que nem sempre o macho que pretendemos acasalar com uma determinada fêmea será o que ela irá aceitar.
É importante que o criador quando chegar os meses de junho ou julho já distribua as fêmeas em suas gaiolas individuais de criação, deixando os machos separados, sem que elas os vejam e ouçam cantar.
A partir de setembro ou outubro deverá pegar um macho de cada vez, escolhendo sempre aquele que estiver cantando bem e mostrar a cada uma das fêmeas, ele estando pronto para a reprodução, irá cantar para a fêmea, que se também estiver pronta irá aceitá-Io, dando um sinal mostrando-se interessada pela corte do macho. Ela fica bem em pé no poleiro, com cabeça e bicos dirigidos para cima e batendo-os um no outro, como se estivesse pedindo alimento, e aproxima-se do macho. Este casal está formado. Se isto não acontecer, experimente outro macho até achar um que de certo, caso contrário o insucesso será total.
O macho deverá ser colocado na gaiola da fêmea, que nos primeiros dias deverão ficar separados por uma divisória, para evitar possíveis brigas entre o casal. Após este período de adaptação, pode-se retirar a grade divisória e deixá-Ios juntos.
O ninho deve ser feito de bucha natural e colocado na parte da frente da gaiola, protegido por plantas de plástico verde, oferecendo certo grau de proteção para a fêmea. Colocar algodão ou outro tipo de fibra para a fêmea fazer o ninho, que ela faz e refaz várias vezes, põem três ou quatro ovos por postura.
Quando a fêmea está fazendo o ninho é comum vermos o macho voando atrás dela e cantando sem parar, isto não é briga e ele não está batendo nela, como muitos passarinheiros acham, isto é o acasalamento que é feito voando. Muitos criadores neste período separam os casais por pensar que estão brigando e assim perdem a possibilidade de criar pintassilgos em cativeiro.
O criador deve tomar muito cuidado com os pintassilgos que aprendem com muita facilidade a comer os próprios ovos, em especial os machos. Para isto separar o casal com a grade divisória no final da tarde e retirar no dia seguinte por volta das 10 horas, após a retirada do ovo e a colocação de um ovinho de plástico/visto que as fêmeas fazem a postura não muito cedo.
O período de criação vai de outubro a fevereiro para os pintassilgos comuns e pinheirinhos e até abril para os coroinhas ou baianinhos. Alguns casais nidificam apenas uma vez neste período, outros duas vezes e até mesmo três vezes. Apesar de haver a possibilidade de se criar até 12 filhotes por temporada por fêmea, o IBAMA só fornece seis anilhas por fêmea por ano.
Os casais são excelentes tratadores de seus filhotes, alimentando-os até mais ou menos 40 a 45 dias de idade. Mas devemos tomar cuidados, porque alguns machos batem nos filhos logo que eles saírem do ninho aos 13 a 15 dias de vida, podendo matá-Ios. É importante nestes casos, ao perceber que os filhotes vão sair do ninho, colocar a divisória na gaiola para protegê-Ios dos possíveis ataques do pai. Ele continuará a tratar dos filhotes através da divisória.
Em nossa criação, a partir de um casal de pintassilgos comuns, nasceu uma fêmea mutante de cor cinza e já consegui tirar um filhote mutante, mas não sobreviveu. Vamos continuar fazendo novas tentativas e ver se conseguiremos tirar novos exemplares e fixar esta característica mutante.
Tivemos a oportunidade de ver um exemplar mutante amarelo de olhos vermelhos (Iutino) e alguns arlequins. Estes mutantes têm poucas possibilidades de sobreviver na natureza, pois são presas fáceis para os predadores e os amarelos de olhos vermelhos têm dificuldades de enxergar em dias ensolarados e acabam morrendo de fome, por ter dificuldades de encontrar alimentos, razões pelas quais não os vemos soltos na natureza.
A única forma de se perpetuar os exemplares mutantes e se conseguir outras cores seria através da criação em cativeiro, feita por criatórios amadoristas ou comerciais e em Jardins Zoológicos, devidamente autorizados pelo IBAMA dando a estas belas aves a proteção que elas merecem para sobreviverem e reproduzirem, alegrando seus admiradores, oferecendo plumagens que nem a própria natureza nos ofereceu.
Criar é uma forma legal de evitar a extinção.
Celso Leite Villela Fone
(19) 3651.2264
e-mail celsovillela@itelefonica.com.br
Pintassilgo Comum:
Fêmea normal, macho normal e fêmea mutante.
Baianinhos:
Fêmea mutante, macho normal e fêmea mutante.
Normais e Mutações
Celso Leite Villela
Revista Brasil Ornitológico 64
Os pintassilgos são pássaros granívoros, pertencentes à família Fringilidae, e gênero Carduelis, existindo no Brasil apenas duas espécies. O Carduelis yarellii e Carduelis magellanica icterica, sendo que esta tem uma sub-espécie o Carduelis magellanica ellani.
O Carduelis yarellii é vulgarmente conhecido como pintassilgo do nordeste, coroinha, pintassilgo baiano ou baianinho, é encontrado em parte da Bahia e em todo o Nordeste brasileiro. Esta espécie também está presente na Venezuela, onde os espécimes lá existentes são bastante semelhantes aos nossos, apenas um pouco maiores.
O nosso baianinho caracteriza-se por ser o menor dentre os pintassilgos brasileiros, medindo aproximadamente nove centímetros de comprimento, apresentando um capuz preto somente na parte mais alta da cabeça, indo desde a parte posterior do bico superior até à nuca e lateralmente atingindo a altura dos olhos. As asas apresentam fortes marcas amarelas, tendo como cor predominante em seu corpo o amarelo.
É um pássaro que se adapta muito bem ao cativeiro, são excelentes cantores, daí a caça ilegal ser muito intensa, podendo até mesmo levar a espécie à extinção. Mas várias alternativas poderão ser aplicadas para evitar seu desaparecimento, tais como: intensificar a fiscalização para controlar a caça ilegal em suas regiões de origem, impedir o tráfego de aves não legalizadas e incentivar a criação em criatórios devidamente habilitados junto ao IBAMA.
Carduelis magellanica icterica, também conhecido como pintassilgo comum, pintassilgo catingueiro, pintassilgo mateiro, dentre outros nomes, dependendo da, região onde ele é encontrado. É o maior deles, medindo mais ou menos 11,8 cm de comprimento, apresentando a cabeça e até a metade do pescoço totalmente preto, tendo como cor predominante em seu corpo o amarelo esverdeado, sendo o mais popular dos pintassilgos brasileiros. É o que apresenta o maior potencial canoro, apresenta um canto bastante variado e a popular corrida ou repicada, sendo a corrida metálica a mais apreciada pelos colecionadores.
A subespécie Carduelis magellanica alleni, também conhecido como pintassilgo pinheirinho, medindo 10 cm de comprimento, apresenta as cores semelhantes às do Carduelis magellanica icterica, sendo apenas mais amarela a cor de seu peito.
A adaptação e criação dos pintassilgos em cativeiro é bem fácil, face a sua alimentação ser bastante diversificada, aceitando bem diversos tipos de grãos e sementes, farinhadas e verduras. Uma boa mistura de grãos para os pintassilgos deve ser formada por: painços vermelho, verde, branco, preto, português, amarelo e alpiste, perfazendo 90% e os 10% restantes formados por aveia, colza e níger. Devem ser oferecidas verduras sem agrotóxicos como couve, almeirão e chicória, além das rações balanceadas para canários do reino, podendo ser rações granuladas, fareladas ou floculadas, como as muitas marcas existentes no mercado.
Já fizemos uma experiência utilizando a alimentação exclusiva dos pintassilgos com ração balanceada floculada e/ou granulada acrescentando apenas verduras e em ambos os casos as aves adaptaram-se muito bem, ficam com belas plumagens, cantam muito e reproduzem normalmente.
A reprodução dos pintassilgos em cativeiro é bem simples, bastando o criador utilizar gaiolas comuns, iguais às usadas para a criação de canários do reino, tomando o cuidado para que um casal não fique vendo outros pintassilgos, pois são pássaros territorialistas e briguentos na época da reprodução. O ponto mais importante no processo de criação de pintassilgos é saber fazer o acasalamento, haja vista que nem sempre o macho que pretendemos acasalar com uma determinada fêmea será o que ela irá aceitar.
É importante que o criador quando chegar os meses de junho ou julho já distribua as fêmeas em suas gaiolas individuais de criação, deixando os machos separados, sem que elas os vejam e ouçam cantar.
A partir de setembro ou outubro deverá pegar um macho de cada vez, escolhendo sempre aquele que estiver cantando bem e mostrar a cada uma das fêmeas, ele estando pronto para a reprodução, irá cantar para a fêmea, que se também estiver pronta irá aceitá-Io, dando um sinal mostrando-se interessada pela corte do macho. Ela fica bem em pé no poleiro, com cabeça e bicos dirigidos para cima e batendo-os um no outro, como se estivesse pedindo alimento, e aproxima-se do macho. Este casal está formado. Se isto não acontecer, experimente outro macho até achar um que de certo, caso contrário o insucesso será total.
O macho deverá ser colocado na gaiola da fêmea, que nos primeiros dias deverão ficar separados por uma divisória, para evitar possíveis brigas entre o casal. Após este período de adaptação, pode-se retirar a grade divisória e deixá-Ios juntos.
O ninho deve ser feito de bucha natural e colocado na parte da frente da gaiola, protegido por plantas de plástico verde, oferecendo certo grau de proteção para a fêmea. Colocar algodão ou outro tipo de fibra para a fêmea fazer o ninho, que ela faz e refaz várias vezes, põem três ou quatro ovos por postura.
Quando a fêmea está fazendo o ninho é comum vermos o macho voando atrás dela e cantando sem parar, isto não é briga e ele não está batendo nela, como muitos passarinheiros acham, isto é o acasalamento que é feito voando. Muitos criadores neste período separam os casais por pensar que estão brigando e assim perdem a possibilidade de criar pintassilgos em cativeiro.
O criador deve tomar muito cuidado com os pintassilgos que aprendem com muita facilidade a comer os próprios ovos, em especial os machos. Para isto separar o casal com a grade divisória no final da tarde e retirar no dia seguinte por volta das 10 horas, após a retirada do ovo e a colocação de um ovinho de plástico/visto que as fêmeas fazem a postura não muito cedo.
O período de criação vai de outubro a fevereiro para os pintassilgos comuns e pinheirinhos e até abril para os coroinhas ou baianinhos. Alguns casais nidificam apenas uma vez neste período, outros duas vezes e até mesmo três vezes. Apesar de haver a possibilidade de se criar até 12 filhotes por temporada por fêmea, o IBAMA só fornece seis anilhas por fêmea por ano.
Os casais são excelentes tratadores de seus filhotes, alimentando-os até mais ou menos 40 a 45 dias de idade. Mas devemos tomar cuidados, porque alguns machos batem nos filhos logo que eles saírem do ninho aos 13 a 15 dias de vida, podendo matá-Ios. É importante nestes casos, ao perceber que os filhotes vão sair do ninho, colocar a divisória na gaiola para protegê-Ios dos possíveis ataques do pai. Ele continuará a tratar dos filhotes através da divisória.
Em nossa criação, a partir de um casal de pintassilgos comuns, nasceu uma fêmea mutante de cor cinza e já consegui tirar um filhote mutante, mas não sobreviveu. Vamos continuar fazendo novas tentativas e ver se conseguiremos tirar novos exemplares e fixar esta característica mutante.
Tivemos a oportunidade de ver um exemplar mutante amarelo de olhos vermelhos (Iutino) e alguns arlequins. Estes mutantes têm poucas possibilidades de sobreviver na natureza, pois são presas fáceis para os predadores e os amarelos de olhos vermelhos têm dificuldades de enxergar em dias ensolarados e acabam morrendo de fome, por ter dificuldades de encontrar alimentos, razões pelas quais não os vemos soltos na natureza.
A única forma de se perpetuar os exemplares mutantes e se conseguir outras cores seria através da criação em cativeiro, feita por criatórios amadoristas ou comerciais e em Jardins Zoológicos, devidamente autorizados pelo IBAMA dando a estas belas aves a proteção que elas merecem para sobreviverem e reproduzirem, alegrando seus admiradores, oferecendo plumagens que nem a própria natureza nos ofereceu.
Criar é uma forma legal de evitar a extinção.
Celso Leite Villela Fone
(19) 3651.2264
e-mail celsovillela@itelefonica.com.br
Pintassilgo Comum:
Fêmea normal, macho normal e fêmea mutante.
Baianinhos:
Fêmea mutante, macho normal e fêmea mutante.
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